10 de abr. de 2013

Uma breve história do Turismo Rural


Nascido na Europa em meados da década de 50, o Turismo Rural –enquanto segmento organizado – chegou ao Brasil em 1986, na região de Lages, Santa Catarina. Hoje, a visitação aos espaços rurais é uma das atividades que mais crescem no mundo.

Desde a antiguidade, estamos habituados a dividir o mundo em espaços rurais e espaços urbanos. Mais que isso: estamos acostumados a interpretar o mundo de acordo com as características de cada um desses mundos. Nesse sentido, a história das viagens confunde-se com a própria história da humanidade, e os deslocamentos entre espaços rurais e urbanos representam a essência da própria dinâmica civilizatória.

Enquanto os espaços urbanos, por um lado, sempre atraíram as pessoas pelas promessas de prosperidade econômica e cosmpolitismo cultural, os espaços rurais, por outro lado, despertaram o interesse pelo aspecto oposto – ou seja, como um espaço de revigoramento, descanso e encontro com a paz.



Os primeiros turistas que exploraram
o espaço rural foram os guerreiros
de Esparta, no século V a.C.



De acordo com especialistas, os primeiros registros desse tipo de viagem datam de aproximadamente cinco séculos a.C., quando os famosos guerreiros espartanos viajavam até o interior da Península do Peloponeso para descansar e recuperar suas energias, hospedando-se em pacatas comunidades rurais.

Já no século IX, outros indícios dessa atividade surgem na Galícia, na ocasião das primeiras peregrinações pelos Caminhos de Santiago de Compostela, quando os donos das propriedades rurais ao longo do percurso começaram a oferecer pouso e alimentação aos fiéis.



É a partir dos anos 1950 que o Turismo Rural passa a ser reconhecido como uma atividade estratégica para o desenvolvimento regional em muitos lugares da Europa, tais como França, Espanha, Portugal e Itália.

Com a crescente industrialização do velho continente, muitos camponeses começaram a abandonar as zonas rurais da Europa em direção aos núcleos urbanizados.

E para conter essa tendência, os governos europeus deram início a uma série de políticas voltadas à revalorização do espaço rural, com o objetivo de fomentar a diversificação econômica dessas regiões, ensejando o surgimento de uma nova e promissora era para o Turismo Rural.



O Turismo Rural surgiu na Europa para 
combater o êxodo rural, complementar
a renda das propriedades e proteger a natureza.



Com efeito, tais políticas de desenvolvimento foram estruturadas basicamente em campanhas para auxiliar os proprietários rurais que tinham interesse em oferecer suas moradias como meios de hospedagem para os turistas.

O objetivo era recuperar e conservar a arquitetura tradicional e desenvolver produtos associados que proporcionassem renda por meio da comercialização direta com os turistas, contribuindo assim para a fixação da população e para a criação de empregos.



No Brasil, a prática do Turismo Rural é uma atividade bastante recente, e foi inspirada experiência europeia.

Em meados dos anos 70, a produção agrícola brasileira passou por um profundo processo de industrialização, fazendo com que um grande número de pessoas abandonassem a vida no campo em busca de melhores condições de vida nas cidades.

Dessa forma, assim como na Europa, houve a necessidade de diversificar a economia do campo, sobretudo nas pequenas propriedades, de modo que o turismo passou a ser visto como um elemento propulsor do desenvolvimento, incentivando a reinserção do homem rural no seu habitat por meio de melhorias em sua qualidade de vida.



O empreendimento pioneiro no Turismo Rural brasileiro foi o Hotel Fazenda Pedras Brancas, em Lages, Santa Catarina, no ano de 1986.


Logo depois, as demais fazendas centenárias da região – tais como a do Barreiro e Boqueirão – começaram a adaptar-se para receber visitantes e turistas que queriam conhecer a lida de campo, de modo que Lages passou rapidamente a ser conhecida como Capital Nacional do Turismo Rural.

A partir de então, as propriedades que passaram a praticar a atividade do chamado turismo rural multiplicaram-se em todo território brasileiro, principalmente na região Sul e Sudeste.




Hoje em dia, já podemos perceber muitos dos benefícios que o Turismo Rural trouxe para o País, tais como a diversificação da economia regional, melhorias das condições de vida das famílias rurais, diminuição do êxodo rural, integração do campo com a cidade e resgate da autoestima do homem do campo.

De acordo com Carlos Roberto Solera, ex-presidente da Associação Brasileira de Turismo Rural (ABRATURR), o número de empreendimentos envolvidos com esta atividade já atinge algo em torno de 15 mil propriedades, e o setor é o que mais cresce no turismo nacional, com uma média de 18 a 20% ao ano:

"Destas quase 15 mil propriedades campesinas", revela Solera, "72% delas tem até 50 hectares, o que mostra a grande inserção de pequenos produtores rurais em busca de diversificação e em agregar novos valores a suas atividades tradicionais. Muitos destes já teriam sido eliminados da vida rural, não fora a existência do Turismo Rural como uma nova oportunidade de negócios no campo. Este segmento gera hoje perto de 300 mil empregos, diretos e indiretos, no país. De forma direta, 58% são representados por mão-de-obra familiar da própria propriedade rural e o restante por trabalhadores de origem local ou regional a este destino turístico."



3 comentários:

  1. Olá.
    A primeira imagem é em santa catarina?

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  2. PARABÉNS ..O TURISMO RURAL TEM QUE SE ALSTRAR MUNDO A FORA PARA RENOVARMOS ENERGIAS LIMPAS, CONSERVAÇÃO O MEIO AMBIENTE, A VOLTA AO CAMPO É IMPRENCÍDIVEL PARA NÃO ACONTECER A FALTA DE ALIMENTO NO FUTURO.

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  3. O documento foi muito útil para mim.. meus parabéns.

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